quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Entrevista com Luís Ribeiro: “A política deve ser levada muito a sério”

Para além de frequentar o último ano do mestrado em Engenharia Electrotécnica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Luís Ribeiro, de 25 anos, é um jovem que revela um gosto particular pelo activismo político e estudantil. A sua “vontade de mudar” e de “intervir na sociedade” fez com que aderisse a um partido político e que integrasse outros tipos de associativismos, principalmente no ensino superior.
Questionado sobre o que levou a gostar de política, Luís Ribeiro foi peremptório ao afirmar que “tudo foi surgindo naturalmente” e à medida que foi crescendo, sentiu a necessidade de “ fazer parte nas intervenções sociais”. Na sua opinião, a política “deve ser levada muito a sério” e deixa bem claro que apenas exerce esta actividade por achar que é “uma necessidade de sobrevivência” para qualquer sociedade democrática.

“ Só pelo simples facto de intervirmos na sociedade já pode ser considerado um acto político”, disse Luís Ribeiro, que já conta com diversas participações em activismos, seja a nível académico, associativo ou a nível social. Apesar de ser uma “habitual presença” no activismo, Luís Ribeiro lamenta que, nesses actos de manifesto, a “adesão tem sido escassa” e que “nada se compara às velhas lutas estudantis nos anos 90 em que lutavam contra a implementação das propinas”. Luís Ribeiro refere também que “o desinteresse dos estudantes pela política é um pouco a imagem do nosso país”, provocada pela "alienação e despromoção da reivindicação dos seus direitos fundamentais".

Luís Ribeiro é também militante no Bloco de Esquerda e considera-se um “socialista libertário”. Foi um desses motivos que o levou a organizar a luta nesse partido, sem nunca esquecer que foi também a sua crença numa “sociedade socialista e livre que falou mais alto”.

Ajudou a excluir as garraiadas na semana académica

Na UTAD, surgiu um movimento estudantil denominado “MUTAD”, que conta com a participação de Luís Ribeiro, um dos seus fundadores. “Pela vontade de mudar” é o lema deste movimento que pretende ser “a voz dos estudantes” na defesa dos seus interesses.

“O MUTAD também tem como objectivo marcar presença nos órgãos de decisão da UTAD”, explicou o aluno, referindo à sua integração na Associação Académica e nas Reuniões Gerais de Alunos (RGA).

Um dos pontos mais altos deste movimento estudantil foi a sua luta para abolir definitivamente as garraiadas na semana académica.

“ Com a ajuda de outros estudantes, conseguimos excluir, através de uma RGA, as garraiadas das festividades da semana académica” rematou Luís Ribeiro, acrescentando que estas garraiadas eram já uma tradição na academia transmontana e nada fazia prever este desfecho positivo.

Henrique Daniel Silva

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