quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma Campanha à maneira

Por: Henrique Daniel Silva

Nestes últimos tempos, tenho achado uma certa piada a determinadas campanhas de angariação de sócios no futebol nacional. Todas elas são produzidas de forma a respeitar os padrões de cada clube, mas que para mim seriam susceptíveis a mudanças.

Comecemos pelo Benfica. Num dos seus anúncios, apostou em sensibilizar os adeptos mostrando Rui Costa em lágrimas depois de marcar um golo ao seu Benfica, com a camisola da Fiorentina. Eu cá punha o Eusébio no programa do Manuel Luís Goucha, comovendo-se ao ver imagens do passado glorioso do Benfica. Então aí, aparecia o José Cid no seu famoso piano, que para se mostrar solidário começava a cantar: "Vem, viver a vida amor, que o tempo que passou, não volta não". Eusébio dava depois um gemido, e a Cristina, visivelmente emocionada, segurava-lhe na sua famosa "toalha da sorte", para lhe limpar as lágrimas. Mais melindroso do que isto é impossível, penso eu.

E o Sporting? Caracterizo-o como um clube sonhador, onde Alvalade é a “Terra do Nunca”, e o Paulo Bento é o Peter Pan. Estes têm uma publicidade onde os jogadores e membros leoninos estão disfarçados com uma juba de leão, mostrando que são leões de "gema". Eu cá apostava num pequeno apanhado daqueles jogos da época 2004/2005, em que o Sporting teve a proeza de se tornar um "quase vencedor" em todas as competições que entrou. Haveria depois um slogan do género "A terra dos sonhos espera por ti!". Isso sim era uma boa campanha.

O Futebol Clube do Porto também merecia uma mudança radical na sua campanha. Teria mais graça se angariassem sócios para depois os alistar nos "Super Dragões". Podíamos ver o "Macaco Líder", vestido de homem das cavernas, segurando uma moca e a pular selvaticamente em cima de um automóvel, enquanto emitia grunhidos animalescos. O slogan seria do género: "Se é um indivíduo violento e comes lampiões ao pequeno-almoço, então você tem o perfil ideal".

Relativamente à nossa selecção, aquela campanha levada a cabo pela Federação Portuguesa de Futebol nas vésperas do euro 2008, foi o menos "mau". Ainda assim, teria mais lógica se o anúncio tivesse o Carlos Queirós acabadinho de se tornar sócio da selecção e piscando um olho para a câmara enquanto dizia: "Burro sou eu, e você?". De seguida, no meio de dezenas de representantes da FPF, falava o Madaíl: "venha fazer parte desta junta, porque afinal, Burros somos todos nós!".

05/11/2008 in Vila Real Sport

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