quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ser labrego no futebol II

Por: Henrique Daniel Silva

"Os vitorianos, apesar da derrota imposta no Dragão, obtiveram uma vitória moral. O rosto visívelmente macambúzio de pinto da Costa foi uma consequência de que a presença dos dirigentes do Guimarães nos camarotes foi uma verdadeira afronta, e como se diz no ditado quem não deve, não teme".

No jogo FC Porto vs Guimarães, Pinto da Costa teve uma recaída daquelas que já não tinha desde a meninice. Para mostrar o seu lado vingativo (devido ao Guimarães ter recorrido no TAS contra o FCP) convidou o António Salvador, presidente do Braga, para se sentar ao seu lado nos camarotes. Nariz empinado, como uma adolescente que sofre de amores, o líder portista ignorou os dirigentes vitorianos que se encontravam no outro lado da "barricada". Por causa deste cenário que até mete dó, tomei nota de algumas labreguices.

Foi um golpe muito foleiro e antiquado da parte do FCP por estipular um preço exorbitante dos bilhetes aos adeptos da Vitória. Se o objectivo era "lixa-los" porque não encomendar um árbitro para o jogo? Isto sim seria um golpe de génio. Experiência não falta certamente…

Aquela atitude de Pinto da Costa ao preferir a companhia de António salvador foi, por assim dizer, desumana. Não para os vitorianos mas sim para Martins dos Santos. O ex-árbitro, sentenciado a uma pena de 20 meses de prisão no processo "apito dourado", sentiu-se "trocado". Compreendo a tua indignação caro Santos. Acredito que também foi frustrante à saída do tribunal, em que os "pidás" e Super dragões nem vê-los... Resta-lhe esperar pelo "Natal nas Prisões", apresentado pelo Goucha, para receber alguma compaixão.

Os vitorianos, apesar da derrota imposta no Dragão, obtiveram uma vitória moral. O rosto visivelmente macambúzio de pinto da Costa foi uma consequência de que a presença dos dirigentes do Guimarães nos camarotes foi uma verdadeira afronta, e como se diz no ditado "quem não deve, não teme".

Não sei se partilham da mesma opinião, mas tive a impressão que para os jogadores do Benfica o Natal chegou mais cedo. O empate a zero na primeira parte contra o Estrela, parecia resultado de uma solidariedade para com os jogadores visitantes, por estes não receberem os respectivos salários em atraso. Um gesto deveras emocionante, que só faltou ver o Eusébio agarrado à sua toalha da sorte, limpando uma lágrima no canto do olho.

Ao saber das 30 detenções dos membros de uma claque “não-oficial” do Benfica (No Name Boys), apercebi-me das diferenças do sistema judicial entre Lisboa e Porto. O primeiro ainda vigora a seriedade, imparcialidade e honestidade. O segundo, aposta na inovação usando apoio ao cliente em casos de emergência, do tipo: "Olá, fala a Marta! É para avisar o senhor Presidente que a judiciária estará em sua casa daqui a pouco com mandato de detenção. Faça o seu chek-in do voo para Madrid o mais rapidamente possível. Para mais informações, marque tecla 3. Esta mensagem vai-se autodestruir, sob pena de eu também ser indiciada no processo, obrigado.”

18/11/2008 in Vila Real Sport

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